Rogério Ferreira analisa que a etnomatemática se apropria da cultura do povo indígena Bora para demonstrar que a matemática como entendemos não é de fato real nem muito menos uma matemática única e universal. No entanto, muitos especialistas da década de 1970 não acreditaram nisto.
Segundo os especialistas, a matemática possui uma
padronização universal, mas cada povo tem sua forma de desenvolver
a matemática. Com isso, esse entendimento que a matemática tem uma
forma pronta, que é a mesma em qualquer sociedade, tem sido
abandonada. E o desenvolvimento da matemática está fundamentado de
acordo com cada cultura. Por isso, o autor usa a cultura indígena,
tão discriminada, para mostrar que os indígenas eram exímios
matemáticos, visto que o povo Bora tinha seu próprio sistema
matemático.
Consoante o autor, o professor antes de tudo deve
funcionar como um investigador. Tentando entender de onde vem cada
aluno ,sua realidade, sua origem e que tipo de conhecimento
matemático trazem. Assim, visto que, ao contrário do que muitos
matemáticos pensam, a matemática é facilmente encontrada em todos
os lugares, ela nos cerca em todos os momentos. O mundo está escrito
em linguagem matemática. A matemática está presente em nossa vida
muito mais que pensamos. Tudo é matemática. Sabemos que a
matemática está presente em nosso cotidiano, e isso é comprovado
quando fazemos, por exemplo, uma receita (bolo, pão e biscoito,
etc.).
Vale ressaltar que a etnomatematica, não é uma
metodologia de ensino, no entanto, contribui para a modificação da
forma de se estudar matemática, abandonando a forma tradicional de
aprender, fundamentada na repetição e memorização. Porquanto a
matemática é reconhecida pelo aluno como uma disciplina abstrata e
sem aplicação prática na vida das pessoas.
Por isso, a etnomatematica valoriza o contexto da vida
dos alunos, procurando saber a realidade dos mesmos. Levando em
conta, desta forma, o conhecimento que possuem, seja conhecimento
adquirido na escola ou fora dela. Todavia é importante considerar
que a etnomatematica não faz milagres, mas torna o aprendizado
contextualizado que pode contribuir com o ensino, pois aproximará o
ensino da realidade em que está inserido.
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